terça-feira, 12 de maio de 2009

Memórias: é possível apagar determinadas lembranças?

Você assistiu ao filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças"? Muito interessante, o filme conta a história de um casal que se separa e, após um certo tempo, Clementine, interpretada por Kate Winslet, resolve apagar de sua memória o relacionamento que teve com Joel, Jim Carrey. Ao saber disso, ele entra em depressão e resolve se submeter ao mesmo procedimento. Porém ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa.
Roteiro ao mesmo tempo bem organizado e desestruturado, o filme de 2004, aliás um dos melhores filmes deste ano, traz à tona a questão da memória e dos traumas, como é difícil superar a dor de um rompimento e como a memória é o cerne de nossa vida. Afinal, nossa vida é feita de momentos e a lembrança é uma forma de reviver esses momentos. Sem essas lembranças, podemos até não saber quem somos.
Mas, o filme foi além e trouxe um assunto que somente agora pode ser medido e mensurado em laboratório. O neurocientista Andre Fenton, da Universidade Estadual de Nova York, fez uma descoberta muito importante: uma proteína chamada PKMzeta -a mesma que cria a eletricidade e reforça as conexões entre os neurônios, é a mesma responsável pelo armazenamento das nossas lembranças.
Segundo o cientista, quando decidimos reviver determinada situação, acionamos essa proteína que faz com que os neurônios se tornem eletricamente ativos outra vez. E, assim, revivemos determinada experiência. Como isto em mente, ele descobriu que é possível apagar a memória.
O experimento foi feito com camundongos e os cientistas afirmam que o resultado em seres humanos seria muito parecido. Os ratos foram colocados em uma espécie de carrossel e, a cada vez que passavam por uma determinada área, tomavam um pequeno choque. Com a repetição do procedimento, eles guardavam a informação e raramente voltavam àquele lugar. No entanto, os ratos que receberam injeções da substância na parte do cérebro responsável pela memória, iam para a zona de perigo como se nunca tivessem estado ali.
Obviamente, o filme trata o tema de maneira exagerada. Mas, pelo andar da carruagem, com o avanço destes estudos na área de neurociência, será possível auxiliar pessoas a se livrarem de vícios e maus-hábitos e, até mesmo, ajudar no tratamento do mal de Alzheimer. E, também, naquele esquecimento típico da idade, ou melhor, da passagem do tempo (...).

Um comentário:

CONTINUAR disse...

Busco isso à algum tempo, infelizmente coisas ótimas levam anos e anos para serem destribuidas.