quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Perseguição em Milão

O bom de viajar sozinho é que você tem a oportunidade de conhecer mais pessoas do que se estivesse viajando acompanhado, e existe toda aquela liberdade que os viajantes experimentam quando desbravam cidades e mundos por conta própria.
Foi o que senti ao viajar para a Itália. Fui sozinha e foi muito bom! Lógico que tinha alguns amigos por lá (isso é sempre bom e aconselhável), mas a maior parte de viagem foi "da sola", como se diz em italiano. Outro fator importante e que deixou a viagem ainda mais rica e com ares de aventura foi o fato de que seria a primeira viagem à Europa. Emoção dupla.
Desde o roteiro, até a escolha da companhia aérea e dos locais ondei iria me hospedar, tudo foi feito por minha conta e risco (como diria o comunicador Silvio Santos). Fabrício, um grande amigo que morava na Itália quando fiz a viagem, deu ótimas dicas. Mas, eu tinha que decidir por onde começar, quanto iria gastar, enfim, tinha que decidir tudo! Então, decidi começar por Vicenza, região do Veneto, onde Fabrício estava morando. Achei que seria mais fácil começar onde tivesse a possibilidade de ver pessoas conhecidas, pelo menos, no início.
De Vicenza fui a várias cidades vizinhas, como Padova, Veneza, Bologna, Milão, província de Trento e Possagno e a região do Lago de Garda. Todas essas cidades são lindas e incríveis e cada uma delas têm sua beleza particular.
No entanto, foi em Milão que sofri a "perseguição" de um indiano (!). Ao descer na estação de trem, perguntei a um senhor em uma banca de jornais se daria para ir ao centro histórico a pé e ele disse que sim, que era perto. Logo, percebi que o vicino (perto) dele, não era como o meu vicino e tive que caminare molto até chegar ao centro histórico. Durante este percurso, estava entretida olhando as vitrines - aliás, o que não falta por lá são vitrines lindas, quando percebi, no reflexo de uma dessas vitrines, um indiano, provavelmente da minha idade, me seguindo.
Andei mais um pouco, deixei ele passar na frente... Mas, logo depois ele estava alguns metros atrás de mim novamente. Essa "brincadeira" de gato e rato durou vários quarteirões até eu tomar coragem de entrar em uma loja e pedir socorro a uma vendedora. Ela ficou exaltada! Disse que aquela região é muito bem policiada, justamente porque estava sendo alvo de roubos.
É preciso fazer um parêntese aqui: a Itália está sendo praticamente "invadida" por estrangeiros e, muitos deles, são indianos, africanos e sérvios. Eles vivem em guetos e isso qualquer um consegue perceber, até uma turista como eu. De maneira geral, os indianos trabalham em lan houses e casas onde estrangeiros fazem ligações internacionais bem mais em conta do que pagando aquele absurdo que é cobrado pelos bilhetes telefônicos.
Eu já havia percebido essa situação dos estrangeiros e não queria acusar o indiano de nada. Eles já vivem segregados e a acusação de uma cidadã italiana (sim, sou cidadão italiana também) iria causar uma grande dor de cabeça ao moço. No entanto, ele estava sendo inconveniente. Já havia ditos algumas coisas para mim em um italiano super carregado e eu estava com um pouco de medo.
Ao final, chegou uma policial em uma daquelas motos que os italianos tanto gostam de dirigir e afugentou o rapaz. Coitado, ele chegou perto de mim, pediu desculpas e disse que só queria falar comigo..... E, eu respondi: "Non voglio parlare con chi non conosco!" - "Não quero falar com quem não conheço!" Lógico que isso era uma mentira. Adoro falar com pessoas na rua e conhecer gente nova. Mas, convenhamos, o indiano não usou uma boa estratégia.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Comer, rezar, amar

Muito interessante o livro "Comer, Rezar, Amar", de Elizabeth Gilbert. Estava com esse livro esperando para ser lido desde outubro do ano passado. Peguei um exemplar em inglês na biblioteca da escola onde continuo estudando o idioma (ad infinitum), mas ele estava ali, sem ser folheado por meses. Aproveitei as férias e resolvi lê-lo.
Qual não foi minha surpresa ao me deparar com a história de uma jornalista que largou tudo - emprego, trabalho, marido e uma possível vida feliz, para viver a sua verdadeira história de felicidade. Ela começou sua viagem pela Itália (!) e tinha como meta aprender o italiano. Depois, foi para a Índia, buscar o seu Eu verdadeiro em um ashram e, finalmente, foi para a Indonésia, onde encontrou um grande amor. Não vou entrar em detalhes sobre o livro, pois ele vale a pena mesmo ser lido.
Muitos pontos em comum com a autora - a paixão pelo idioma e cultura italiana, o interesse por meditação e yôga, as tentativas frustadas de não comer carne vermelha e, logicamente, o fato dela ser jornalista (!), me prenderam à história. No entanto, uma coisa muito importante nos difere: não tenho toda essa coragem em largar tudo para viver uma experiência desse tipo, apesar de pensar nisso algumas vezes.... Bom, pelo menos não sofro de depressão como ela sofria.
Ela conta sua história em 108 contos, divididos em três partes - Itália, Índia e Indonésia. E porque 108 contos? É o número de contas que compõe o japa mala, espécie de terço que os indianos e os budistas usam para auxiliar em suas meditações. E, o fato de estar dividido em três resulta em 36, que era a idade dela quando fez a viagem. Interessante, não é?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Maestria da Mente

Um texto que achei interessante:

Maestria da Mente - 1a. parte
por Paramahamsa Prajñanananda

Na Bíblia Jesus disse que onde há um tesouro lá está sua mente. Isto significa que se você olhar aonde sua mente está mais freqüentemente focalizando, você verá do que você gosta mais e do que é mais valioso para você. Analise sua mente e observe que tipo de pensamento predomina em você, que tipo de pensamento está vindo a você repetidas vezes. Na vida espiritual, a auto-análise é necessária porque revela que tipo de mente nós temos. A mente comum move-se para fora mas uma mente controlada permanece quieta. A mente comum move-se para fora em direção aos objetos dos sentidos - através dos sentidos porque nós pensamos que os objetos dos sentidos são agradáveis.

Uma criança gosta de comer chocolate, por exemplo. O chocolate é uma grande coisa para ela. Ela o ama. Mas se você lhe der um chocolate ela fica feliz, dois chocolates a fazem muito mais feliz, três chocolates e sua felicidade diminui. Após quatro chocolates ela pode não gostar e talvez, após o quinto chocolate, ela apenas o jogará fora. Se houvesse felicidade no chocolate ela poderia ter aceitado chocolate em qualquer quantidade, mais e mais e mais... mas na economia há uma lei, a Lei da Diminuição da Utilidade Secundária - e assim é com chocolate. Se não há nenhuma felicidade no chocolate então por que os chocolates são atrativos para ela? Por que escolheu o chocolate? Se não havia nenhuma felicidade no chocolate como ela pode encontrar a felicidade anteriormente? A felicidade não estava no chocolate. A felicidade estava dentro, mas ela sobrepôs o pensamento da felicidade no chocolate. Ela pensou que se comesse o chocolate, seria feliz.

Se você olhar para sua própria vida, determinadas coisas eram muito agradáveis para você em horas específicas, mas quando você cresceu um pouco mais, elas tornaram-se menos atrativas. Por exemplo, quando você era um menino ou uma menina, você teve um brinquedo; você deu-lhe um nome, beijou-o, dormiu com ele e talvez pensou que ele era seu amigo. Aqueles brinquedos eram tão caros para você, mas quando você cresceu um pouco mais, os brinquedos não eram mais especiais e você não tinha mais nenhuma alegria ao ver seus brinquedos velhos porque você tinha encontrado uma coisa mais agradável e foi atraído para ela. Talvez você tenha gostado uma vez de livros de figuras, ou de colorir.

Quando você cresceu você pode ter apreciado ler um livro e então você preferiu se socializar com amigos. Desta maneira se você analisar sua vida, as coisas que eram um dia agradáveis não o são mais hoje. Por que? Porque você cresceu.

Você adquiriu um pouco de maturidade. Se um menino de quinze anos viajar com um brinquedo, alguém pensará que não ele não está crescendo. Ele pode ser fisicamente maduro mas mentalmente ele não está crescendo. Ele ainda se comporta como uma criança, imatura. A maturidade física não é bastante; nós necessitamos de maturidade mental.

Maturidade mental

A mente comum, imatura, é guiada por gostos e aversões. Os gostos e aversões são descritos no Yoga Sutra de Patañjali. Estas atrações e repulsões podem causar problemas em família. Por exemplo, o marido quer ler e a esposa quer dormir. O marido quer ligar a luz, a esposa quer a luz desligada, para ela poder dormir. Há um conflito entre gostos e aversões. Então o que fazer? Por que estes gostos e aversões estão aparecendo dentro de nós? Como nós herdamos isso? Como poderíamos sentir que algo é agradável? É por causa de nossa associação e do ambiente.

Ambiente

No ambiente onde nós crescemos, nós víamos que todos tinham alguma coisa - um carro, uma casa, um refrigerador - e nós pensamos que nós devemos ter também. Nós vamos imaginar o que os outros pensarão se nós não tivermos estas coisas.

Associação

A segunda causa dos gostos e aversões é associação. Nós provamos algo e encontramos algum prazer nisso e desenvolvemos o gosto para isso. Por exemplo, os Ocidentais que vão a Índia no começo acham a comida muito condimentada e muito apimentada. Mas, mais tarde eles adquirem o gosto para ela e gostam dela. Eu me lembro de um menininho austríaco que vivia em Nova Deli. Sua família nos visita frequentemente no ashram de Viena. Uma vez eu lhe perguntei se ele preferia a comida indiana ou a comida européia. Ele respondeu que gostava da comida indiana. Sua mãe disse que, mesmo quando fazia alguma massa ela tinha que adicionar algum tempero indiano porque ele gostava. Ele gostava da comida condimentada e apimentada por que a comia repetidas vezes.

Este processo não se limita às coisas materiais. Algumas pessoas gostam do inverno e não gostam do verão enquanto outros gostam do verão e odeiam o inverno. Quando você vive no mundo, o inverno e o verão chegarão quer você goste ou não. Isto acontece com indivíduos também - nós gostamos de alguns e não gostamos de outros. Entretanto, uma pessoa é liberta quando está livre do gosto e da aversão.

Torne-se mentalmente maduro

Se você quiser a maturidade mental, analise sua mente e treine sua mente. Para o crescimento físico, nós não temos que fazer muito esforço. Nós nos alimentamos, fazemos um pouco de exercício e o corpo cresce; é uma tendência natural. Mas para que a mente cresça ela necessita de um pouco de treinamento e uma mente treinada é uma mente madura. Uma mente não treinada é a causa de muitos problemas na vida. E lembrem-se, nada além desta mente é a causa do aprisionamento e da liberação.

Treine sua mente

Para treinar sua mente, você necessita de um guia que saiba como treinar. Na vida espiritual, os mestres espirituais são os guias e podem mostrar-nos como controlar a mente, assim como nós necessitamos de um instrutor para nos ensinar a dirigir um carro.

A mente é o fluxo dos pensamentos. Lembre-se desta definição. Um pensamento não é mente. Suponha que você tem um pensamento, "vir ao ashram," este é o seu pensamento. É um pensamento, ele não é a mente. Uma linha não é um pedaço de pano. Ela se transforma de um monte de linhas para um pedaço de pano ou de um lenço, quando é tecida de uma maneira especial. A mente é um fluxo de pensamentos relacionados uns com os outros. Um pensamento geralmente não é seguido de um pensamento não relacionado. Não, eles são geralmente ligados. Quando você medita, se você tiver atenção, você pode facilmente saber. Suponha que você lembre que não fez algum trabalho. Então você pensa que se não o fizer hoje não terá tempo amanhã e que deve fazê-lo agora. Então você pensa que pode fazê-lo após a meditação. E então você pensa que talvez possa fazê-lo agora mesmo, e pode terminar a meditação imediatamente. E assim vai. Então a mente é um fluxo de pensamentos, assim como um rio é um fluxo de água.

Há outro paralelo entre a mente e a água. Você pode olhar a água e saber se a água é boa ou não, se você quer bebê-la, ou nadar nela. Similarmente, você pode avaliar a qualidade do pensamento que flui dentro de você.

Os iogues eram grandes psicólogos. Eles disseram que se você quisesse mudar sua vida, só precisaria tomar conta de sua mente e tudo o mais conseguido. Se você quiser ser livre, tome cuidado com sua mente. Sua mente o libertará e se qualquer coisa for um obstáculo em sua vida, isto não é nada mais que a sua mente. A mente pode ser muito útil na sua vida, mas também pode ser a causa de caos. Saiba o que a sua mente é e use-a muito sabiamente. Quando você tem um carro, você sabe usá-lo. Entretanto, se você me der um carro, eu não sei usá-lo. Eu posso precisar de alguém que possa me ajudar ou que possa dirigir para mim. Então conheça sua mente e use-a, então você alcançará o destino.

Conheça sua mente

Para conhecer a sua mente você necessita da auto-análise, do auto-questionamento, e da introspecção. Analise que tipos de pensamentos lhe estão vindo muito freqüentemente. Por exemplo, um discípulo da França foi a Índia. Antes de retornar, ele me disse que estava desesperado para comer salada porque na Índia não pode encontrar a salada Ocidental. Quando chegou a França ele comeu somente salada no almoço e no jantar porque ele sentia uma necessidade desesperada dela.

Você deve saber duas coisas quando você quer compreender e controlar sua mente. Uma é saber a qualidade dos pensamentos; que tipo de pensamentos lhe estão vindo constantemente. Se são bons, os pensamentos inspiradores estão vindo-lhe repetidas vezes, então você é uma pessoa altamente elevada; não somente pode inspirar a você mesmo, você pode inspirar outras pessoas.

Agora o segundo é a quantidade de pensamentos. Quão freqüentemente os pensamentos estão vindo até você, um após o outro. Assim a qualidade do pensamento e a quantidade do pensamento determinam o estado de sua mente.

Eu já disse que a mente é o fluxo dos pensamentos. As pessoas inteligentes regulam o fluxo, mas as pessoas comuns nadam e flutuam, seguindo o fluxo. Agora com este exemplo da água e do rio você pode facilmente saber o quanto você perde se você não regular a água no rio. Este fluxo da água em um rio é contínuo da nascente ao oceano. Se você souber obstruir o rio com uma represa, você pode irrigar, fazer eletricidade e controlar o nível do rio.

A mente é um presente natural de Deus. Se você for sábio bastante, então você pode facilmente regular sua mente e pensamentos e tornar sua mente útil não somente para você mesmo, mas também para outros. Mas, se você não souber regular a mente, a mente simplesmente seguirá flutuando. Você desperdiçará sua vida. Assim como podemos remover do rio a poluição, você pode regular sua mente e torná-la livre de poluição. A mente que Deus lhe deu permanece limpa, não utilizada.

continua na próxima semana...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Quando o amor acaba

Ele era fotógrafo e ela jornalista. Conheceram-se durante a cobertura de um evento, às vésperas do Carnaval. Ao vê-lo, imediatamente, ela sentiu uma grande atração e sentiu que a recíproca era a mesma.
Conversaram bastante sobre vários assuntos, a maioria banalidades. O contato era apenas um pretexto para trocarem contatos e quem sabe um futuro telefonema. No entanto, várias semanas se passaram até que ela tomasse coragem de ligar. Ele, por sua vez, também não ligou. Mandou apenas uma foto em que ela estava entrevistando um dos organizadores do evento. No início, ela ficou com muita raiva, pois estava horrível na foto. Tinha o cabelo todo desgrenhado e uma espinha gigante em uma das bochechas.
Junto com a foto, ele havia deixado um recado dizendo que havia gostado de conhecê-la e que estava mandando uma lembrança do evento para ela. Ao ver a letra dele, ela ficou ainda mais apaixonada.
O tempo passou mais um pouco e eles não se falaram. Ao invés dela ligar para o número que ele havia deixado, pesquisou com com a Telesp (!) o número do local em que ele trabalhava. Mas, essa técnica não foi bem-sucedida pois era impossível achá-lo. Ele trabalhava em uma repartição pública e as telefonistas de repartições públicas não perdem seu precioso tempo procurando por pessoas....
Mais algum tempo se passou e ela ligou na casa dele. Caiu na secretária eletrônica e ela tomou coragem de deixar um recado. No dia seguinte, ele ligou. Conversaram muito pelo telefone. Mais de uma hora. Nossa, como ele tinha assunto e como tinham afinidade.
Logo começaram a namorar e viajaram muito e conheceram diversos lugares maravilhosos. E jantaram em restaurantes que serviam comidas típicas e ela conheceu muitas pessoas e viu a vida com outros olhos.
Vários anos se passaram e, um dia, o amor acabou. É verdade, em algumas situações o amor acaba e vira alguma outra coisa que não sei bem qual é o nome. E, acabaram virando amigos. São amigos até hoje e têm muito carinho um pelo outro.
Mas, lógico que brigaram muito antes de virarem amigos. E choraram muito e aprenderam que haviam se tornado outras pessoas. E, quando perceberam, haviam crescido e amadurecido muito. E, depois, tornaram-se grandes amigos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mantra e amizade

Abaixo, uma frase de Lama Gangchen que achei muito interessante:
"Neste século, os amigos sempre mudam, a cada momento temos novos amigos. A amizade tornou-se algo inconstante, é difícil encontrar amigos verdadeiros. O mantra é permanente, sempre nos ajuda, é sempre uma boa companhia, um amigo muito próximo."

Querer com todo o seu ser

Resolvi que não seguiria mais nenhuma novela. Afinal, são quase seis meses de história e uma hora de duração para cada capítulo, o que somando tudo, dá tempo para eu terminar todos os livros que comecei e não terminei e ainda comprar outros e lê-los de cabo a rabo.
Mas, acabei não resistindo e assisti alguns capítulos de Caminhos das Índias e me deparei com a história de amor entre Maya, vivida por Juliana Paes, e Bahuan, Márcio Garcia. Bem ao estilo de Romeu e Julieta, os dois se amam mas não podem ficar juntos, pois Bahuan é um intocável.
Romances à parte, uma cena chamou minha atenção: Bahuan, por ter sido adotado e vindo de uma casta inferior, é muito inseguro. E, apesar de amar Maya teme que esta o rejeite quando souber sua origem. Ao conversar sobre isso com Shankar, seu pai adotivo (interpretado por Lima Duarte), ele o mergulha no Rio Ganges e o deixa ali por alguns vários minutos. Ao final, ele diz: "Do que é que você tem medo? Se você quer essa mulher por inteiro, com todo o seu ser, você a terá."
Em diálogos simples, Glória Perez passa um pouco da cultura indiana. Para eles, tudo começa na mente, no nosso querer, na nossa vontade. Nós ocidentais, no entanto, temos uma dificuldade enorme de entender, e até de aceitar, essa concepção da coisas. Achamos que tudo está no outro, que o outro é responsável por aquilo que sentimos. Ou, até mesmo, que não temos responsabilidade pelo que nos acontece.
Como é interessante essa fala do personagem Shankar. Se você quer uma coisa, você tem que querer por inteiro. Não basta que apenas uma metade sua queira. O corpo, a mente e o coração têm que estar em uníssono para que aquilo que você quer se realize.
É por essa, e por outras, que digo e repito: novela também é cultura!