quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Casa do Lago



A Casa do Lago é um filme lançado em 2006 e tem como casal romântico Sandra Bullock e Keanu Reeves. Nesses tempos de amores descartáveis, o romance fala sobre esperar. Esperar o momento certo, esperar a pessoa amada, esperar o amor.
O casal vive um amor separado pelo tempo e para envolver-se na história, o público tem que acreditar em uma possível viagem no tempo, ou melhor, a possibilidade de uma ligação temporal entre duas pessoas que estão separadas por um intervalo de dois anos.
Kate (Sandra Bullock) é uma médica que deixa a casa onde mora para ir viver em Chicago. A casa em questão é a casa do lago do título do filme. Esta casa tem as paredes de vidro e, portanto, quem está lá dentro vê tudo o que se passa fora e vice-versa. Aprofundando um pouco mais, podemos perceber que o fato da casa ser de vidro permite-nos filosofar sobre a ligação que existe entre o nosso mundo interior e o exterior. A convivência do nosso Eu com o mundo externo e todas as influências que isso proporciona em nossas vidas.
Kate é bem-sucedida profissionalmente, mas muito solitária e ensimesmada. As cenas que mostram ela dentro da casa, sozinha, contrapondo com o mundo exterior cheio de possibilidades de interações e vivências são bem interessantes. Após conselhos de uma colega de profissão, ela muda-se para a capital. Na outra ponta, temos Alex (Keanu Reeves), um arquiteto, também solitário, vai morar nesta casa após a mudança de Kate. A ligação entre os dois acontece por meio de uma correspondência que Kate deixa na caixa de correio dando boas-vindas ao novo inquilino e pedindo que ele mande possíveis correspondências que estejam no nome dela para o seu novo endereço. Ela também pede para que ele não ligue para as marcas de patas de cachorro deixadas no chão da varanda da casa. Alex olha e não vê as tais pegadas. Alguns dias depois, um cachorro aparece e deixa as marcas na entrada da casa. Como Kate sabia que o cachorro iria fazer aquilo?
Eles começam a trocar correspondências e Kate percebe que Alex assina as cartas e coloca a data de 2004 e ela já está vivendo em 2006. Como isso é possível? Está pronta a deixa para que um romance aconteça entre os dois. Primeiro, pela estranheza do lapso de temporal e, depois, a enorme compatibilidade que existe entre eles.
Como o casal irá superar a distância imposta pelo tempo? Será que vão ficar juntos no final? Isso acaba prendendo a atenção do público, apesar da premissa um tanto absurda imposta pelo filme. Mas, convenhamos, quem já não imaginou que o seu amor pode estar perdido em algum lugar do tempo e do espaço de difícil acesso? Quem já não pensou sobre a possibilidade de estar vivendo em uma época errada e, portanto, em um tempo diferente da sua alma gêmea?
É um tanto ilógico esse pensamento, mas já percebi que algumas crianças/pré-adolescentes pensam nessas possibilidades. Inclusive eu pensava sobre isso na minha fase de adolescente.
Partindo desse paradoxo, o roteiro vai envolvendo o espectador que imagina como o romance, até então platônico, irá se concretizar.
Gostei muito do filme, apesar de algumas inverossimilhanças. A cena em que Alex encontra Kate no ano de 2004 é muito bonita. O problema é que ela ainda não o conhece, ainda não está vivendo o romance platônico com ele. Mas, teoricamente, tudo o que ele fizer em 2004 estará na memória de kate em 2006.
Abaixo, posto a cena em que os dois dançam ao som de "This Never Happened Before", de Paul McCartney. Muito linda, apesar dos posts desta cena no Youtube estarem muito escuros...



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Adote uma Causa


Cansei de ver crianças nos faróis, velhinhos dormindo nas ruas, andarilhos sem rumo e toda sorte de pobreza estampada nos rostos dessas pessoas. Cansei de ver essa situação e não fazer nada. Cansei de ser apenas uma espectadora passiva e, há algum tempo, resolvi contribuir com minha ajuda para uma causa. Na verdade, para duas.

A primeira delas é das crianças com HIV do Centro de Convivência Infantil Filhos de Oxum (CCI), com sede em Taboão da Serra. Este centro é primeira Casa de Apoio para Crianças Soropositivas no Brasil e foi criada em agosto de 1990. O local atende crianças portadoras do HIV até que elas completem 18 anos. E, eles oferecem desde alimentação e acompanhamento médico até educação e apoio legal.

A ONG sobrevive de doações dos contribuintes, convênios com órgãos públicos, projetos e bazares. Cada um ajuda como pode e a instituição sempre precisa de recursos para comprar leite especial para as crianças e medicamentos, entre inúmeras outras coisas.

Quem quiser conhecer o trabalho desta ONG, poderá visitá-los no dia 12 de outubro. Eles abrirão a casa para visitação e comemoração ao Dia das Crianças. O centro ficará aberto para o público das 9h00 às 17h00 e haverá distribuição de presentes para as crianças da sede.

A outra causa que abraço com o maior orgulho é a ONG "Adote um Gatinho". As "tias", como elas mesmas se auto-denominam, iniciaram o trabalho voluntariamente em 2003. A inciativa surgiu quando as amigas Susan Yamamoto e Juliana Bussab resolveram ajudar esses seres indefesos que são abandonados nas ruas. Durante três anos elas tocaram o "negócio" sozinhas e conseguiram doar mais de 1400 gatinhos. Em 2006, outras gateiras se uniram para ajudar e, em 2007, o Adote um Gatinho virou ONG e conta com 40 voluntários.

Ainda não me candidatei para ajudar voluntariamente nenhuma das duas ONGs, mas ajudo financeiramente (quando posso, lógico) e divulgo o trabalho sempre que tenho oportunidade. E, para ajudar, não é preciso muito, não. Qualquer quantia ajuda. No caso do CCI, os boys vão até sua casa ou trabalho para buscar o dinheiro ou cheque. E, para o Adote um Gatinho você pode fazer um depósito bancário ou doar alguma coisa que seu bichinho de estimação não use mais. Ah, você também pode doar cobertores para os gatinhos e cachorrinhos. Afinal, eles também passam frio. Por menor que seja, nossa ajuda é sempre muito importante para essas causas humanitárias e sociais.

Para acessar, abaixo os links das Ongs:

http://www.larcci.org.br/inst_qsomos.htm
http://adoteumgatinho.uol.com.br/somos.htm

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Com Açúcar, Com Afeto


Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê!
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é um operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê!
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê!
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar

Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê!
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado
Como vou me aborrecer?
Qual o quê!
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você.

Composição: Chico Buarque




quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Preconceito

Ontem à noite, passeando com meu cachorro Frederico pelas ruas molhadas do centro, uma garota que estava na direção contrária puxou conversa. Afagou o cachorro, perguntou de que raça ele é e conversamos algumas amenidades.
Após alguns minutos, ela disse: "Adoro cachorro, mas não tenho porque fico o dia inteiro fora e ele iria sentir falta. E, também, passear por aqui é perigoso, não é?" Quando ia responder que não, que não é perigoso passear com o cachorro ali, ela começou a criticar o bairro e, pasmem, os nordestinos pela sujeira das ruas....
Não deu tempo de dizer à ela que a sujeira nas ruas não é culpa dos nordestinos e que, por ser filha de uma nordestina, achei aquele comentário de muito mal gosto e de um preconceito atroz. A moça em questão disparou a fazer comentários negativos ao povo nordestino e, quanto mais eu queria me desvencilhar daquele papo ignorante, mais ela falava absurdos.
É uma pena que o Frederico esteja tão mais calmo... Em outras épocas, quando ainda não tinha acertado os florais para baixar a sua ansiedade, eu poderia ter pedido a ele que desse uma boa mordida nas canelas da dita cuja. Porque, convenhamos, a mulher não sabe do que está dizendo.
Primeiro: os nordestinos são pessoas muito bem educadas e foram eles, ao lado dos imigrantes, principalmente os italianos, que ajudaram a construir, literalmente, a cidade de São Paulo. Segundo: a má-educação não é exclusividade dos nascidos em uma determinada região, ou Estado. É só andar pelos bairros mais ricos de São Paulo para ver os motoristas jogando lixo das janelas de seus carros, fechando outros motoristas e desrespeitando a faixa de pedestres. Terceiro: se o prefeito Kassab não tivesse cortado a verba para a limpeza, a cidade não teria tido tantos pontos de alagamento anteontem, após aquela chuva torrencial.
Portanto, o problema é muito mais complexo. Dizer que os bairros mais sujos de São Paulo são o Ipiranga e a Bela Vista e concluir que a culpa disso é a grande quantidade de nordestinos que mora nesses bairros (!) é construir uma equação doida, para falar o mínimo.
Estamos quase em 2010 e ainda sou obrigada a ouvir essas asneiras... Puxa, devia mesmo ter feito o Fred morder as canelas daquela infeliz.