sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sem máscaras

Não sou superficial. Gosto de ir fundo nas emoções, no sentir e no amar. Não gosto de pessoas medrosas, rasas, que têm medo de se expor e de dizer o que sentem. Prá que tanto disfarce, tanta máscara, tanta gente blasé?

Você não é somente uma foto no Orkut, um texto deixado no twiter ou uma roupa da moda. Você é gente. E, gente tem medo, sofre e tem insônia. Gente tem problemas, dúvidas, anseios e sono. Gente sente cansaço, se irrita e se frustra.

Não entendo nada sobre celulares. O meu é antigo e serve para o que foi proposto: falar com outras pessoas. Não entendo nada de baixar filmes, programas ou converter imagens. Uso o computador da mesma forma como usava desde que essa geringonça surgiu: para escrever e mandar emails.

O que me importa não é a tecnologia ou a última geração de gadgets lançados. O que me importa é a troca de olhares, de afeto e afago. Um abraço bem apertado e a cumplicidade conquistada entre duas pessoas.

O culto à imagem, ao superficial e ao efêmero não me agrada. Sou de outra geração, embora não pareça a idade que tenho. Sou old fashioned, embora vista roupas da moda. Sou antiquada no que se refere às relações humanas.

No entanto, não sou certinha. Não cumpro um roteiro pré-estabelecido. Não sou simples.
Não tenho intenção nenhuma de ficar agradando aos outros, nem de parecer o que não sou. Sou complexa, cheia de grilos e de questões.

Por fora, pode até parecer que sigo uma bula. Afinal, sou ansiosa e gosto de deixar tudo marcado e agendado com hora certa. Acordo cedo, arrumo tudo e deixo comida pro cachorro. Mas, como adoro uma contradição, esqueço de olhar as horas, me perco nos minutos e chego atrasada.

No trânsito dou passagem, sou gentil e deixo os transeuntes atravessarem a rua. Mas, não venha me fechar, não venha com má-educação ou dando uma de esperto. Porque sou brava, sou arretada e sei quais são os meus direitos.

Sou uma eterna apaixonada pela vida e pelas emoções inteiras. O que é metade não me agrada. E, eu não quero. Não quero ao meu lado pessoas divididas, apreensivas, fúteis ou dissimuladas. Sou transparente, sou sincera e leal. Portanto, faço questão que retribuam da mesma maneira. 

Tudo o que é metade eu jogo fora. Meio amigo, meio namorado, meio amante.... Isso não vale nada, não presta para nada. Nem como ideia para novela mexicana. Os personagens da minha vida são envolventes, se entregam, são inteiros e íntegros. Assim como eu, o personagem principal.

Um comentário:

Mr. P. disse...

Belo e forte! Um direto no olho desta época onde a aparência sempre vale mais.
Um direto de Muhammad Ali.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Muhammad_Ali