domingo, 5 de julho de 2009

Cinema nacional - melhor a cada filme


Estou impressionada com os últimos filmes nacionais que assiti. O primeiro, "Budapeste", ótimo! Levou para as telas com fidelidade as páginas do livro de Chico Buarque. Li o livro já faz alguns anos e o filme foi capaz de trazer à minha memória detalhes da história que havia esquecido. E, tive a certeza de que o filme faz juz ao livro.

A não ser pelo excesso de nudez em sua primeira metade, posso dizer que o filme é perfeito. No livro, a nudez das mulheres é como música, como os versos de Chico Buarque enaltecendo a mulher. No filme, achei que ficou um tanto quanto exagerado. Algumas cenas não tinham necessidade, como aquela em que a atriz Paola Oliveira aparece como pano de fundo para explicar porque um dos clientes contratou os trabalhos de José Costa, o ghost writer. Poderia ter ficado na narração, sem a imagem.

Mas, isso não tira o mérito do filme que apresenta Budapeste de maneira maravilhosa, com o uso do filtro amarelo na fotografia para mostrar ao telespectador que "Budapeste é amarela", como narra José/Chico. A atriz húngara, Gabriella Hámori, é ótima e, junto com o ator Leonardo Medeiros, encontrou a sintonia exata para encenarem o casal José Costa/Kriska.

A aparição de Chico Buarque em uma das cenas finais, pedindo autógrafo para o personagem José Costa, é excelente. Não apenas porque é Chico Buarque, mas pela metalinguagem que fica explícita nas telas. Um escritor que escreve livros sob encomenda e prefere ficar no anonimato é aclamado pelo autor do livro-objeto da adaptação da película. Isso deve dar pano para manga em aulas de literatura e roteiro. Foi uma sacada muito interessante do diretor Walter Carvalho.

O outro filme, "A Mulher Invisível", fui assistir sem muitas expectativas e também me surpreendi. Selton Mello está ótimo no papel de um contralador de tráfego que pira e começa a se relacionar com uma mulher que, realmente, não existe. Aliás, Selton já havia me surpreendido com sua interpretação no "Cheiro do Ralo".

Em "A Mulher Invisível", com direção e roteiro de Claudio Torres, ele contracena com Luana Piovani e a química funciona bem entre os dois. Luana está convincente no papel da mulher perfeita, que todos os homens gostariam de ter ao seu lado, quer dizer, na cama. Wladimir Brichta, Maria Manoella e Fernanda Torres (dispensa comentários) também estão no filme e a diversão é garantida. Imagine um homem saindo por aí com uma mulher que só existe em sua imaginação.....

O filme tem alguns pontos fracos, principalmente, pelo excesso de reviravoltas no final. Mas, os diálogos entre os dois amigos Pedro (Selton) e Carlos (Wladimir) são hilários e salvam o filme da derrapada no final. Agora, falta assistir "Jean Charles", com Selton também no papel principal. Parece que ele se envolveu tanto com o papel do brasileiro que foi morto em Londres que chegou a entrar em depressão. A crítica, aliás, se desmancha em elogios ao Selton. Fiquei curiosa.

É... o cinema nacional está cada vez melhor!


Um comentário:

Mr. P. disse...

Ôpa, Budapeste tem mulher pelada? Vou ver, já!

atenção: escesso (linha 7), dispensa comentários (linha 43)

bem legal!

baci

A