Esses dias, a morte foi um assunto recorrente. Soube que o pai de minha professora de inglês teve morte cerebral e está aguardando todos os filhos voltarem para a África para poder, digamos, morrer de verdade. E, ao folhear o livro “Para Francisco” - uma compilação de vários posts do blog criado por Cristiana Guerra, também me deparei com o mesmo tema.
Essas “coincidências” me fizeram lembrar do meu pai (na foto acima, estou eu - quando tinha 8 anos, ele e minha mãe) e percebi que pode passar o tempo que for, a dor da perda está ali, sempre presente. Lembrei de vários momentos em que estive ao seu lado e momentos em que gostaria de estar, mas não estive. A distância é sempre algo muito difícil de se lidar. Mas, a distância forçada, que não temos como trazer a pessoa de volta, de jeito nenhum, é ainda pior.
Fiquei muito triste ao ler os posts de Cristiana e me vi em vários deles. Como o marido dela, meu pai também faleceu de repente, assim sem avisar, após um acidente....
Demorou muito tempo para eu me recuperar dessa dor, que é indescritível. A relação entre pais e filhas é muito peculiar e, acredito, a minha com ele era peculiar ao extremo. Éramos distantes e próximos ao mesmo tempo. Ao seu modo, ele me ensinou muita coisa e, quando me olho no espelho, vejo que tenho muito dele. Não apenas os olhos e as sobrancelhas, mas a mania de falar sem pensar direito no que estou falando, a mania de comprar livros que sei que não terei de tempo de ler, a mania de escrever, a mania de contestar tudo o tempo todo e tantas e tantas outras coisas.
Hoje percebo que ainda tenho muito o que elaborar sobre minha história com ele, pois deixei de falar muitas coisas, deixei passar muitas oportunidades de estar ao seu lado e falar de todo o amor que sinto por ele. Aliás, somente agora, percebo tudo isso e, somente agora, percebo que trago muito dele em mim. O tempo, como sempre, é “um senhor tão bonito”.
Essas “coincidências” me fizeram lembrar do meu pai (na foto acima, estou eu - quando tinha 8 anos, ele e minha mãe) e percebi que pode passar o tempo que for, a dor da perda está ali, sempre presente. Lembrei de vários momentos em que estive ao seu lado e momentos em que gostaria de estar, mas não estive. A distância é sempre algo muito difícil de se lidar. Mas, a distância forçada, que não temos como trazer a pessoa de volta, de jeito nenhum, é ainda pior.
Fiquei muito triste ao ler os posts de Cristiana e me vi em vários deles. Como o marido dela, meu pai também faleceu de repente, assim sem avisar, após um acidente....
Demorou muito tempo para eu me recuperar dessa dor, que é indescritível. A relação entre pais e filhas é muito peculiar e, acredito, a minha com ele era peculiar ao extremo. Éramos distantes e próximos ao mesmo tempo. Ao seu modo, ele me ensinou muita coisa e, quando me olho no espelho, vejo que tenho muito dele. Não apenas os olhos e as sobrancelhas, mas a mania de falar sem pensar direito no que estou falando, a mania de comprar livros que sei que não terei de tempo de ler, a mania de escrever, a mania de contestar tudo o tempo todo e tantas e tantas outras coisas.
Hoje percebo que ainda tenho muito o que elaborar sobre minha história com ele, pois deixei de falar muitas coisas, deixei passar muitas oportunidades de estar ao seu lado e falar de todo o amor que sinto por ele. Aliás, somente agora, percebo tudo isso e, somente agora, percebo que trago muito dele em mim. O tempo, como sempre, é “um senhor tão bonito”.
Um comentário:
"A distância é sempre algo muito difícil de se lidar"
Olá Jú, eu aqui de novo...lindo texto.
A ausência é ruim em qualquer aspecto, claro, nunca tive a sensação da perda permanente, mas a perda parcial, também é muito dolorosa. Essas características tão bem relatadas por você, esses momentos, essa convivência, essa falta eu também posso sentir na pele...
Beijos!
Cínthia
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