Conviver com pessoas que tocam instrumentos é muito bom. Mas, também cria uma certa expectativa de que você tem que seguir pelo mesmo caminho. Minha mãe tocava piano desde jovem e trouxe o gosto pela música para os filhos.
Em casa havia um piano e um dos irmãos, o do meio, tocava desde pequeno. Ele tinha até participado de algumas apresentações, com louvor, como se dizia na época. O outro irmão, o mais velho, não era chegado em piano, mas tocava bateria. Depois, foi aprender a ler partituras e tudo o mais. E, os dois tocavam violão.
Como filha caçula, via toda aquela movimentação e também queria tocar alguma coisa. Aos 7 fui aprender piano com uma professora que morava no bairro, a Tânia. Ela era bem intencionada, mas não levava jeito para ensinar. Ou talvez, não tivesse jeito com crianças. Ou talvez, não tenha rolado empatia. O fato é que o negócio não progredia. Eu tocava direitinho todas as músicas da partitura mas, quando chegava na clave de Fá... Era um martírio! Como é que aquelas notas tinham ido parar uma oitava acima?
Seria tudo tão mais simples se as notas continuassem na mesma linha, na mesma clave de Sol. Então, a professora tentava me explicar usando a lógica matemática, mas era muito pior. Detestava matemática e entendia menos ainda. Então, íamos para os exercícios de solfejo - técnica em que cantamos os intervalos musicais de acordo com a partitura.
Agora, me diz uma coisa: como é que uma criança de 7 anos vai entender aquilo? Detestava fazer solfejo. Me sentia uma boba cantando as notas e balançando as mãos. Para fugir dos exercícios, escondia o livro de solfejo dentro do vaso de plantas em frente à casa da professora. Com o tempo, falei para mamãe que não queria mais ir às aulas.
Depois, aos 14, lá fui eu de novo tentar aprender piano, ainda mais influenciada pelos irmãos, que ensaiavam com uma banda no quintal de casa. Hamilton, o professor, tocava vários instrumentos e dava aulas para alguns músicos. Ele não me forçava a fazer exercícios de solfejo, mas usava um cronômetro e eu tinha que tocar a música no tempo certo. Mais uma vez empaquei na clave de Fá.
Emerson, outro aluno do professor, fazia aula no horário seguinte mas, chegava mais cedo e ficava assistindo minha aula. Ele tocava violão e guitarra super bem e eu queria me enfiar nas teclas brancas e pretas do piano. Nem preciso contar o resto, não é?
Desisti de aprender o instrumento e resolvi ser apenas ouvinte, espectadora e apreciadora de uma boa música. Os irmãos tocam apenas de vez em quando e, para minha mãe tocar algo no piano, precisamos suplicar. E, sempre que posso, vou aos shows do Funk Como Le Gusta para escutar o Emerson tocando.
Em casa havia um piano e um dos irmãos, o do meio, tocava desde pequeno. Ele tinha até participado de algumas apresentações, com louvor, como se dizia na época. O outro irmão, o mais velho, não era chegado em piano, mas tocava bateria. Depois, foi aprender a ler partituras e tudo o mais. E, os dois tocavam violão.
Como filha caçula, via toda aquela movimentação e também queria tocar alguma coisa. Aos 7 fui aprender piano com uma professora que morava no bairro, a Tânia. Ela era bem intencionada, mas não levava jeito para ensinar. Ou talvez, não tivesse jeito com crianças. Ou talvez, não tenha rolado empatia. O fato é que o negócio não progredia. Eu tocava direitinho todas as músicas da partitura mas, quando chegava na clave de Fá... Era um martírio! Como é que aquelas notas tinham ido parar uma oitava acima?
Seria tudo tão mais simples se as notas continuassem na mesma linha, na mesma clave de Sol. Então, a professora tentava me explicar usando a lógica matemática, mas era muito pior. Detestava matemática e entendia menos ainda. Então, íamos para os exercícios de solfejo - técnica em que cantamos os intervalos musicais de acordo com a partitura.
Agora, me diz uma coisa: como é que uma criança de 7 anos vai entender aquilo? Detestava fazer solfejo. Me sentia uma boba cantando as notas e balançando as mãos. Para fugir dos exercícios, escondia o livro de solfejo dentro do vaso de plantas em frente à casa da professora. Com o tempo, falei para mamãe que não queria mais ir às aulas.
Depois, aos 14, lá fui eu de novo tentar aprender piano, ainda mais influenciada pelos irmãos, que ensaiavam com uma banda no quintal de casa. Hamilton, o professor, tocava vários instrumentos e dava aulas para alguns músicos. Ele não me forçava a fazer exercícios de solfejo, mas usava um cronômetro e eu tinha que tocar a música no tempo certo. Mais uma vez empaquei na clave de Fá.
Emerson, outro aluno do professor, fazia aula no horário seguinte mas, chegava mais cedo e ficava assistindo minha aula. Ele tocava violão e guitarra super bem e eu queria me enfiar nas teclas brancas e pretas do piano. Nem preciso contar o resto, não é?
Desisti de aprender o instrumento e resolvi ser apenas ouvinte, espectadora e apreciadora de uma boa música. Os irmãos tocam apenas de vez em quando e, para minha mãe tocar algo no piano, precisamos suplicar. E, sempre que posso, vou aos shows do Funk Como Le Gusta para escutar o Emerson tocando.
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