quinta-feira, 30 de julho de 2009

Moda e estilo: uma maneira de estar no mundo

Se me perguntarem qual foi o desfile mais importante do último SPFW, ou qual estilista foi mais criativo, não saberei responder. Não tenho paciência para acompanhar todo aquele alvoroço da semana de moda. Lógico que, se me convidarem para assistir um desfile daqueles, irei com o maior prazer. Mas, ler ou assistir as matérias que pipocam durante o período em que o evento acontece, não é minha praia.
Mas, gosto de saber quais as últimas tendências. Que mulher não gosta? Acho interessante observar as vitrines, ver a combinação de cores, observar as pessoas passando em um shopping ou galeria. O olhar e a observação são essencias para compormos o nosso estilo, a nossa maneira de estar no mundo. Olhamos os outros, mas olhamos acima de tudo, nós mesmos. Por dentro e por fora.
Além do olhar, outras práticas também são importantes para captarmos aquilo que está por trás da moda, por trás das vitrines. A moda que é vendida nas lojas não é essencialmente o que fica bem em nós. Mas, uma antena apurada consegue perceber as dicas que os desfiles loucos transmitem nas semanas de moda. E, viajar é uma grande possibilidade de aprender. E, isso em relação a qualquer assunto, desde o turismo propriamente dito, até a cultura do local.
Ao visitar a Itália pude perceber várias nuances do estilo de vida e do modo de vestir dos italianos. É impressionante como eles são elegantes e estilosos. Todos, sem exceção. Os senhores e as senhoras têm aquela elegância da experiência de vida. Os ternos e as saias bem cortadas exprimem como se vive bem naquele país. Até mesmo de bicicleta, uma senhora que voltava do mercado, com a cestinha cheia de verduras, estava impecável em sua simplicidade.
As mulheres italianas são classudas. Por lá não vemos essa onda de todos se vestirem como todo mundo. Não vemos modismos de cada estação. Cada uma tem sua singularidade. Cada uma se veste do modo que acha melhor. E, como ficam bem em seu estilo! Os cabelos são arrumados com uma displicência que chega a dar inveja. Inveja boa, claro. Um jeans, uma camiseta, uma malha e um casacão por cima de tudo. Nada de especial, mas elas estão prontas até mesmo para uma balada depois do trabalho. As unhas não estão sempre pintadas, como aqui. Elas usam as unhas como vieram ao mundo, sem esmalte, respirando o clima frio do ambiente.
No entanto, mais importante do que a maneira de se vestir é a segurança que elas transmitem. A mulher italiana passa um ar de "sou dona do meu nariz e o que você tem a ver com isso?" que é impressionante. Algo que não sei explicar bem como é. Claro que nós brasileiras, ao nosso modo, também transmitimos segurança. Mas, a italiana passa uma segurança inata. A impressão que tive é que elas já nascem seguras de si. Não têm que aprender isso com a vida e não têm a necessidade usar a sensualidade para conquistar o que querem. Elas estão no mundo e isso basta. Pronto!
Os homens... Bom, sou suspeitíssima para falar mas, realmente, são muito charmosos. Usam uma calça social e uma camisa e estão lindos! Como é que isso acontece? Não sei. Talvez o acesso ininterrupto à cultura, à arte e à boa mesa sejam responsáveis por tanta elegância. A educação de um povo reflete até mesmo em sua maneira de se vestir e de estar no mundo.

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