Após um ano praticamente sedentária, resolvi voltar ao yôga. E, puxa, foi uma das melhores resoluções dos últimos meses. Quando começamos a praticar yôga já nos sentimos bem na primeira aula, pois as práticas respiratórias nos mantêm focados naquilo que é importante e, consequentemente, ficamos menos sujeitos ao stress do dia-a-dia; os ásanas nos ajudam a disciplinar a mente e, posteriormente, a meditação nos ensina a vizualizar o que queremos alcançar para nossas vidas.
Desde que iniciei no yôga, me identifiquei logo de cara com a prática, mas por motivos alheios à minha vontade (trânsito caótico que não me deixava chegar no horário das aulas, trânsito caótico e trânsito caótico...), acabei desistindo. Mas, qual não foi minha surpresa ao perceber que bem próximo ao trabalho abriu uma escola de swásthya yôga - que é a linha do yôga que mais me identifiquei. Fui correndo fazer a matrícula e estou super feliz, afinal de contas, é como um reencontro comigo mesma!
Quando parei de praticar yôga, estava treinando o sirsasana, que é a invertida sobre a cabeça, uma postura que deixamos sempre para o fim da aula, pois requer que o corpo esteja aquecido e a mente preparada. Na época, estava quase chegando lá. A invertida requer força no abdomen e nas pernas para podermos empurrá-las para o alto, e muita concentração e equilíbrio.
Existem alunos que na primeira aula já conseguem fazê-la e outros que demoram até um ano para conseguir chegar lá. Com seis meses de prática, já havia conseguido, mas eu caia, não conseguia me manter na postura. No swásthya, o mais importante é a permanência. Em todas as posturas, praticamos a permanência e, consequentemente, a força muscular e a disciplina da mente.
O sirsasana é conhecido como o rei dos ásanas, pois revigora e relaxa ao mesmo tempo, além de irrigar sangue para o cérebro. No entanto, os alunos costumam ter um pouco de receio ao fazer essa postura porque têm medo de cair. E, para muitos, ver o mundo de outro ângulo pode ser um pouco assustador. Eu gosto de ver o mundo por outro ângulo, mas ainda tenho medo de cair (apesar de já saber cair sem me machucar).
Bom, por aí já deu prá perceber como a prática do yôga é ótima para o dia-a-dia, como uma filosofia de vida. Então, para mim, este retorno ao yôga tem um tempero muito especial: conseguir fazer o sirsasana novamente. Espero que não tenha que passar mais seis meses praticando para chegar lá.